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5. Análise estrutural da configuração económica

Encontram-se bastantes paralelismos na estrutura socioeconómica entre as duas zonas do território fronteiriço. Destaca-se a existência de dois núcleos importantes de actividade, Vigo e Braga, que apresentam uma grande semelhança entre as zonas costeiras e as do interior, estando a zona costeira dentro dos respectivos parâmetros regionais e permanecendo a zona interior ( na maioria dos municípios) claramente por baixo dos referidos parâmetros, sendo a situação mais grave no caso de Portugal. Esta relação será analisada principalmente pelos peritos inquiridos em cada âmbito ou área de análise qualitativa, introduzindo os seus efeitos no nível de desenvolvimento do território e avaliando sucessivamente a vertente que condiciona no momento de aplicar recursos ou programar acções concretas.

A própria distribuição da população reflete uma simetria em todo o espaço territorial. Destaca-se a importante configuração de um núcleo de concentração de população nos respectivos âmbitos industriais do Cávado (Braga) e Eixo Tui Industrial (Vigo), que superam amplamente os meios não somente fronteiriços, como também qualquer referência regional. No extremo oposto situam-se as zonas interiores, com uma escassa densidade populacional (quase três vezes inferior às respectivas médias regionais), invertendo-se, contudo, a proporção se compararmos globalmente os dois lados da Zona Eurest, no que diz respeito às médias regionais, sendo superior no caso galego e inferior no caso português. Estão-se a encontrar aqui as principais causas do modelo de desenvolvimento regional, a rede de infra-estruturas e o grupo de populações consolidam um sistema que afecta ao conjunto da região, fortalecido pelo enquadramento no eixo em que se desenvolve desde A Corunha ao Porto. Não obstante, convém apontar que é este mesmo modelo o que consideraram muitos peritos inquiridos como sendo dinamizador das relações económicas e empresariais, criando um espaço permanente de contactos tanto entre a população como entre os agentes sociais, o que está a favorecer o intercâmbio ocupacional.

Detecta-se um grande défice na indústria (sector secundário em geral) no Eixo Chaves-Verín, encontrando-se uma forte dependência no sector da hotelaria e comércio. No que diz respeito ao Eixo Valença-Tui aprecia-se um domínio do sector de serviços na zona Minho-Lima, existindo provavelmente uma certa especialização. Esta distribuição abrange o comportamento manifestado nas referências que determinados peritos dão acerca da orientação e do grau de desenvolvimento e implantação da região visando o turismo, no qual se tem vindo a integrar o procedente dos estados do centro da Europa com o que emerge da própria região.

Apesar da dimensão menor da zona interior do Eixo Chaves-Verín pode-se identificar a existência de um potencial em relação com os seus recursos humanos ao possuir uma taxa de desemprego maior que a média regional da Zona Eurest. Esta situação reflete-se no caso da Galiza, embora se transfira ao resto do espaço fronteiriço, inclusive ao nível da comunidade autónoma. Esta realidade estende-se aos fluxos de intercâmbios de trabalhadores que foram analisados por grande parte dos agentes consultados e que identificaram determinados modelos de transferência de trabalhadores para zonas e sectores mais tradicionais.