5. Análise estrutural da configuração económica
5.4 Situação laboral
5.4.1 Estrutura ocupacional do Sul da Galiza
POPULAÇÃO ACTIVA
No ano 1996, a população activa da zona fronteiriça da Galiza era de 205.786 pessoas, 18% da população activa total da Comunidade Autónoma, que nesse mesmo ano atingia 1.119.100 pessoas.
Estes habitantes representam 45,6% da população maior de 16 anos, enquanto que a taxa de população activa do conjunto da comunidade autónoma era 48,9%.
A área Industrial do Eixo Tui-Valença concentra 156.263 trabalhadores, 76% desta população. Os restantes 24%, distribuem-se igualmente entre o Eixo Tui-Valença e o Eixo Verín-Chaves, com 25.334 e 24.189 pessoas, respectivamente.
A taxa de actividade é bastante reduzida no Eixo Verín-Chaves, atingindo somente 35%, percentagem inferior em mais de 10% às médias totais antes referidas.
No Eixo Tui-Valença, a taxa de actividade também é inferior às médias autonómica e fronteiriça, mas a diferença, de sete e três por cento, respectivamente, é menor que no caso anterior, dado que o rácio geral é de 42,2%.
A percentagem da zona Industrial do Eixo Tui-Valença, 48,5% é praticamente igual à média da Galiza. Ver Gráfico 2.
POPULAÇÃO OCUPADA
Na área do estudo, composta por estes 49 municípios fronteiriços galegos, e conforme os dados fornecidos pelo I.G.E., havia no ano de 1996, 157.407 pessoas ocupadas, o que representava 17% da população ocupada da Galiza, que era de 910.900 trabalhadores.
A distribuição por eixos é muito parecida com a distribuição da população activa, mas nesta ocasião, o Eixo Tui-Valença ultrapassa em 1% a zona Industrial de Tui, que tem 13%, e 75% da população ocupada da zona Eurest, respectivamente.
O Eixo Verín-Chaves, com 19.274 pessoas, emprega 12% da população ocupada.
POPULAÇÃO DESEMPREGADA
O total da população desta zona fronteiriça que se encontrava desempregada em 1996 era de 48.379 pessoas, 23% da população desempregada na Galiza.
A taxa de desemprego resultante desta magnitude ocupacional na Zona Eurest é de 19,7%, o que ultrapassa em 1% a média da Comunidade Autónoma da Galiza, que era de 16,8% da população activa em 1996.
Nas três zonas de referência existe uma taxa de desemprego mais elevada do que a da Galiza, como mostra o gráfico 3. No Eixo Tui-Valença, o valor apresentado é o mais desfavorável, atingindo 22%, enquanto que o Eixo Verín-Chaves atinge 20,2%.
Por último, na zona Industrial do Eixo Tui-Valença, a taxa de desemprego é de 19%.
No que diz respeito à distribuição do número de pessoas desempregadas, a percentagem mais elevada, 79%, ou 38.130 pessoas, encontra-se precisamente na zona Industrial do Eixo Tui-Valença.
No Eixo Tui-Valença só se encontra 11% da população desempregada da Zona Eurest, 5.334 pessoas. O Eixo Verín-Chaves apresenta uma percentagem similar, 10%, ou 4.915 pessoas.
Evolução da População Desempregada
O gráfico 4 mostra a evolução do número de desempregados em cada zona de referência, com dados das estatísticas do INEM relativos ao desemprego registado por municípios durante os anos de 1993 a 1997 para a zona fronteiriça, e do inquérito da população activa (E.P.A.) do INE para o âmbito autonómico. Toda esta informação foi recolhida do Anuário de 1997 do IGE, Galicia en Cifras, tendo sido utilizada para configurar índices com base em 1993.
Como se pode constatar, existe uma tendência para a diminuição no número de desempregados desde o ano 1994 em todos os âmbitos da comparação, invertendo-se somente esta tendência em 1996, no dado autonómico.
Após o incremento no número de desempregados no ano 1994, que situa o índice da área Industrial de Tui em 105, neste espaço socio-económico passou-se a um índice 97 (isto é, num nível inferior ao registado no ano base, 1993), e posteriormente ao índice 90 em 1996, para concluir a série num nível que representa 85% do registado em 1993.
O Eixo Tui-Valença é o seguinte quanto à evolução positiva deste índice, apresentando uma tendência similar à mostrada pela parte industrial do eixo fronteiriço, com valores de 106, 98, 91 e 89 desde 1994 até 1997.
A evolução do número de desempregados no Eixo Verín-Chaves, embora tenha sido também positiva desde 1994, mostra os piores valores das três áreas fronteiriças.
Em primeiro lugar, a passagem de 1993 a 1994 situa o índice de desempregados em 109 (comparativamente ao ano 1993), ultrapassando em três pontos o pior dos índices do ano 1994. Além disso, é a única zona (incluíndo o conjunto da Galiza) que ultrapassa, com um valor de 106, o índice 100 em 1995, situação que se repete no ano seguinte, embora com um índice menor, de 103. Em 1997 conclui com um índice de 94, o que indica uma melhoria comparativamente ao nível de partida, mas que é o pior dos índices desta comparação, com a excepção do da Galiza, que atingiu o valor 98.
O conjunto da Zona Fronteiriça apresenta os índices 106, 98, 92 e 87, os quais são favoráveis comparativamente aos autonómicos desde o ano 1996, já que em 1994 adoptaram os mesmos valores e em 1995 o dado regional era inferior ao fronteiriço em 4 pontos, situação que se inverteu desde esse ano de 1996. Os valores para o conjunto da Galiza foram 106, 94, 100 e 98.
POPULAÇÃO ACTIVA EM FUNÇÃO DO SECTOR
Em 1997, a maior percentagem de população activa das províncias de Pontevedra (45,7%) e Ourense (46,7%), bem como de toda a Galiza (46,7%), correspondia a pessoas empregadas no sector dos Serviços. O seguinte sector mais importante era o Industrial, com 16,7% em Ourense e 18,2% em Pontevedra. Este sector somente compreendia 15,6% do total no conjunto da Comunidade Autónoma, onde era ultrapassado pelo sector primário.
O sector de Agricultura e Pesca contribui com 16% da população activa em Ourense e 14,5% em Pontevedra, enquanto que na Galiza, 18,3% da população activa trabalha no sector primário.
A Construção Civil compreende 12,2% da população activa de Ourense, 10,4% de Pontevedra e 11% da Galiza.
TAXA DE ACTIVIDADE POR SEXO E IDADE
No que diz respeito à taxa de actividade em função dos dados de Idade e Sexo, constata-se uma maior participação masculina do que feminina em todas as faixas etárias, correspondendo 58,8% em média aos homens e 38,3% às mulheres. A faixa etária que apresenta uma maior taxa de actividade é a dos 25 aos 54 anos, com 76,1%. As faixas dos 16 aos 19 anos e dos maiores de 55 apresentam uma taxa muito reduzida, de 19%.
Tabela 1. Recenseamento de Habitantes de 1996. |
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População |
Ocupada |
Desempregada |
Activa |
Inactiva |
> 16 Años |
Eixo Verín-Chaves |
19.274 |
4.915 |
24.189 |
42.717 |
69.166 |
Eixo Tui-Valença |
20.000 |
5.334 |
25.334 |
34.401 |
60.031 |
Eixo Tui Industrial |
118.133 |
38.130 |
156.263 |
164.567 |
322.504 |
Total Eurest |
157.407 |
48.379 |
205.786 |
241.685 |
451.701 |
Total Galiza |
910.900 |
208.200 |
1.119.100 |
1.159.300 |
2.287.900 |
Fonte: elaboração própria a partir do Recenseamento Municipal de Habitantes 1/1/96. INE/IGE. |
Tabela 2. Evolução do Desemprego Registado por Zona |
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ANO : |
1993 |
1994 |
1995 |
1996 |
1997 |
Eixo Verín-Chaves |
4.742 |
5.182 |
5.040 |
4.889 |
4.475 |
Eixo Tui-Valença |
6.104 |
6.456 |
6.007 |
5.585 |
5.463 |
Eixo Tui Industrial |
33.304 |
35.002 |
32.236 |
29.993 |
28.378 |
Total Eurest |
44.150 |
46.640 |
43.283 |
40.467 |
38.316 |
Total Galiza |
208.400 |
220.200 |
196.100 |
208.200 |
203.600 |
Fonte: elaboração própria a partir de dados do INEM e do INE, em Galiza en Cifras, IGE. |