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5. Análise estrutural da configuração económica

NÚMERO DE EMPRESAS

Número de Empresas por Espaço Geográfico

No ano 1994, o número de sociedades situadas nos 16 municípios portugueses do âmbito do estudo atingia 3.328 unidades segundo a informação recolhida na publicação Atlas de las Empresas de Galicia y Norte de Portugal, do ano 1996. Este número representa 7% das 50.394 empresas situadas em toda a Região Norte de Portugal.

Na sub-região do Minho-Lima localizam-se 2.433 empresas, que correspondem a 73% dessas organizações, apresentando-se assim como o principal núcleo das três zonas analisadas, pelo simples facto de nela se encontrarem 10 dos 16 municípios da zona Eurest e destes municípios serem os mais dinâmicos ou importantes.

Os três municípios do Cávado (Amares, Terras de Bouro e Vila Verde) concentram 456 empresas, 14% do total. Deste modo, 87% das empresas encontram-se situadas no Eixo Valença-Tui, integrado pelos dez concelhos do Minho-Lima e os três do Cávado.

Os restantes 13% situam-se nalgum dos três municípios da sub-região do Alto Trás-os-Montes compreendidos no nosso estudo (Chaves, Montalegre e Vinhais), que constitui a parte portuguesa do Eixo Chaves-Verín, com 439 empresas.

Número de Empresas por Sector

O grupo de Hotelaria e Comércio (Comércio, Alojamento e Restauração) abrange 49% das sociedades. A percentagem do sector de Indústria e Energia (Indústrias Extractivas e Transformadoras, juntamente com Electricidade, Gás e Água) é de 23%. As empresas do sector da Construção Civil, o terceiro mais importante, constituem 12% do total.

As empresas dedicadas a actividades de Transportes e Comunicações constituem 8% do total, enquanto que o sector de Outros Serviços compreende 5%. As empresas integradas no sector Primário (Agricultura, Silvicultura e Pesca) correspondem a 3% das empresas do âmbito do estudo.

Número de Empresas por Área Geográfica e Sector

Como se pode constatar pela análise do gráfico 3, existe uma configuração diferente na distribuição das empresas por sector em função do espaço geográfico de referência.

Neste sentido, é de destacar o grande número de empresas do sector de serviços existentes na sub-região do Alto Trás-os-Montes, onde 72% das empresas pertencem ao referido sector, distribuindo-se da seguinte forma: 61% em Hotelaria e Comércio, 4,3% em Transportes e Comunicações e 8% em Outros Serviços. Indústria e Energia só representam 17% do total das sociedades. O sector da Construção Civil e o Primário compreendem, respectivamente, 8% e 2%.

No extremo oposto situar-se-ía a sub-região do Cávado, na qual o sector de serviços continua a ser o mais representativo, mas contribui somente com 54% das sociedades, das quais 34% são empresas do ramo de Hotelaria e Comércio, 17% de Transportes e comunicações e 4% de Outros Serviços. Neste caso, a Indústria e energia chega a abranger 29% das sociedades, enquanto que o sector da Construção Civil compreende 12%, e 5% corresponde ao sector Primário.

Na sub-região do Minho-Lima dá-se uma situação intermédia entre as duas antes referidas, ao representar o sector terciário 61% das empresas e 23% o sector da Indústria e Energia. A Construção compreende 13% do total, enquanto que o sector Primário contribuiria com 2%.

Número de Empresas consoante o Tamanho

Os únicos dados disponíveis sobre a distribuição das empresas consoante o número de trabalhadores são os fornecidos pelo Ministério de Trabalho e da Solidariedade para o conjunto de Portugal continental, segundo os quais 81% das empresas empregava menos de nove pessoas em 1994.

As percentagens correspondentes ao resto das empresas são as seguintes: 16% têm dez trabalhadores ou mais, mas não ultrapassam os 49; 2% têm mais de cinquenta trabalhadores e menos de cem; 1% têm mais de cem e menos de 500. Somente 0,2% das empresas situadas no continente têm mais de 500 trabalhadores.

NÚMERO DE TRABALHADORES

O volume de emprego gerado pelas empresas analisadas nos primeiros parágrafos era de 35.210 trabalhadores, os quais representariam 5% da população que trabalhava em sociedades da Região Norte de Portugal em 1994, segundo a publicação Atlas de empresas de Galicia y Norte de Portugal: 1994 (IGE, 1997).

Emprego por Espaço Geográfico

Na sub-região do Minho-Lima trabalham 73% dos trabalhadores existentes na parte portuguesa da Zona Eures. Do resto, 17% estão empregados nos concelhos da sub-região do Cávado e 10% têm o seu posto de trabalho na sub-região do Alto Trás-os-Montes.

Emprego por Sector

As actividades de Indústria e Energia, com 17.946 pessoas, empregam metade do número total dos trabalhadores. O ramo de serviços de Comércio, Alojamento e Restauração (Hotelaria, Comércio) emprega, por sua vez, uma quarta parte, 8.718 pessoas na totalidade

O sector da Construção gerou 17% do emprego, com 5.831 postos de trabalho. O ramo dos Transportes e comunicações contribuiu com 4%, isto é, 1.292 trabalhadores, enquanto que os Outros Serviços e o sector Primário empregaram cada um deles 2% do total.

Distribuição do Emprego por Zona e Sector

Na sub-região do Alto Trás-os-Montes (Eixo Chaves-Verín) existe uma configuração do emprego muito diferente da existente no Eixo Valença-Tui, que agrupa as sub-regiões do Cávado e do Minho-Lima. No primeiro caso, o sector dos serviços gera quase 50% dos postos de trabalho, devido principalmente ao contributo do ramo de Hotelaria e Comércio, que gera 39%. Por sua vez, os sectores da Indústria e Energia e da Construção contribuem, respectivamente, com 30% e 19%.

Na sub-região do Cávado a distribuição é praticamente inversa, já que o sector Industrial gera até 57% do volume de emprego e a Construção Civil, 22%. O sector dos Serviços só representa 19% do emprego total gerado pelas sociedades.

O cenário na sub-região do Minho-Lima é similar, sendo o sector Industrial o que atinge uma percentagem maior, com 52% do emprego gerado em sociedades de Indústria e Energia. O segundo sector mais importante é o da Hotelaria e Comércio, com 25%, percentagem que ultrapassa largamente o emprego gerado pela Construção Civil, que nesta sub-região só gera 15% do emprego total.

Distribuição do Emprego consoante o Tamanho das Empresa

A partir de los dados fornecidos pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade para o mesmo ano 1994, a distribuição do emprego é a seguinte:

As "microempresas" (com menos de 10 trabalhadores) geram 23% do emprego, enquanto que o grupo seguinte por ordem de magnitude, com mais de 10 e menos de 50 trabalhadores é o mais importante, contando com 28% do número total de trabalhadores.

O grupo das empresas com mais de 50 e menos de 100 trabalhadores gerava 10% do emprego. Às empresas com mais de 100 e menos de 500 correspondiam 20% do total, e os restantes 19% trabalhavam para grandes empresas (com mais de 500 trabalhadores).

VOLUME DE FACTURAÇÃO

O volume das entradas por vendas das empresas analisadas no ano 1994 atingiu 1.736 Meuros (Milhões de euros) ou, o que é o mesmo, 384.000 milhões de escudos, ou 289.000 milhões de pesetas. Esta facturação representa 4% das entradas geradas em toda a Região Norte de Portugal, que atingiram 45.888 Meuros (IGE, 1997).

Distribuição da Facturação

Do total das entradas, 71% tinham a sua origem na sub-região do Minho-Lima, que é a zona com maior número de municípios e com maior número de empresas e trabalhadores. Ao todo, as empresas desta subzona do Eixo Valença-Tui geraram entradas no valor aproximado de 1.242 Meuros.

Na sub-região do Cávado foram gerados 16% do volume de vendas, 273 Meuros, ultrapassando em 5% a sub-região do Alto Trás-os-Montes, que gerou 13% das entradas (221 Meuros).

Distribuição da Facturação por Sector

O sector da Hotelaria e Comércio é o mais importante de toda a zona Eurest, gerando quase metade da facturação (49%).

O segundo sector mais importante é o da Indústria y Energia, com 34%. Em terceiro lugar aparece o sector da Construção Civil, que gera 11%.

As actividades de Transportes e Comunicações produzem 4% do total das vendas. O sector Primário e o de Outros Serviços geram, respectivamente, 0,96% e 0,8%.

Tabela 1. Distribuição do número de Empresas, Emprego e Facturação por Sector e Sub-região.

Nº de Empresas

Alto Trás-Os-Montes

Cávado

Minho-Lima

Total Eurest

Total Região Norte

Primário

9

21

59

89

679

Indústria, Energia

75

133

559

767

15.914

Construção

36

55

322

413

4.402

Hotelaria, Comércio

267

154

1.213

1.634

24.165

Transp. y Com.

19

77

158

254

2.370

Outros Serviços

33

16

122

171

2.864

Total

439

456

2.433

3.328

50.394

Emprego

Alto Trás-Os-Montes

Cávado

Minho-Lima

Total Eurest

Total Região Norte

Primário

30

98

425

553

5.417

Indústria, Energia

1.034

3.445

13.467

17.946

481.927

Construção

655

1.348

3.828

5.831

72.708

Hotelaria, Comércio

1.338

919

6.461

8.718

153.740

Transp. Y Com.

219

68

1.005

1.292

23.729

Outros Serviços

159

167

544

870

20.846

Total

3.435

6.045

25.730

35.210

758.367

Facturação (Euros)

Alto Trás-Os-Montes

Cávado

Minho-Lima

Total Eurest

Total Região Norte

Primário

2.674.545

3.488.537

10.581.894

16.744.976

235.127.369

Indústria, Energia

36.280.781

95.818.473

457.114.583

589.213.836

22.605.949.910

Construção

20.582.366

44.769.553

126.401.310

191.753.230

3.397.020.683

Hotelaria, Comércio

151.518.774

124.540.758

580.492.495

856.552.026

17.266.744.603

Transp.y Com.

7.907.350

1.976.837

57.444.570

67.328.757

1.525.071.929

Outros Serviços

2.209.407

1.976.837

10.116.756

14.303.000

858.296.295

Total

221.173.222

272.570.995

1.242.151.608

1.735.895.825

45.888.210.788

Fonte: Atlas Empresarial de Galicia y Norte de Portugal, 1996.

Os dados originais vinham expressos em ECUs de 1994, tendo sido actualizados a Euros, utilizando a evolução do Índice do Custo de Vida fornecido pelo INE de Portugal, e foram complementados para o ano 1998 com dados do Banco de Portugal para actualizar os dados de 1994, corrigindo o efeito da inflação uma vez convertidos os dados em escudos desse ano, usando a taxa de câmbio do ECU em escudos que vigorava nessa altura. Para se obter o valor definitivo em euros aplicou-se a taxa de câmbio fixa dos escudos em euros em vigor desde 1/1/1999, de 200,482 escudos por euro. Finalmente, os valores em pesetas calculam-se aplicando a taxa de câmbio fixada para a peseta e o euro, que é de 166,386 pesetas por euro.